quarta-feira, 6 de abril de 2011

Relato de Luan Valero sobre a participação do Núcleo Ás de Paus no FRINGE 2011

                                foto: Maurício Vieira
O Núcleo Ás de Paus desembarcou em Curitiba neste final de semana levando consigo o seu espetáculo “A Pereira da Tia Miséria”;
Na primeira apresentação prevista, no sábado 02/04, às 10:00, contamos com a bela acústica do Largo da Ordem, com um público que nos aqueceu naquela manhã fria e com a consciência de que tratava-se de mais um passo, um movimento, fundamental para este espetáculo que não deve parar. Fomos muito bem recebidos, tanto como atores, quanto como elementos disseminadores da saga da Miséria; Coisas que puderam ser notadas antes, durante e após o espetáculo.
No domingo, nada estava consumado. Faríamos, a convite do festival, uma apresentação além da prevista para o meio dia, também no Largo. A preparação tinha um quê de frio na barriga, literal e expressional, uma ânsia provinda da vontade de apresentar e do medo de que a exaustão pudesse nos prejudicar em algum sentido;
Ao meio dia, na praça João Cândido,  um cortejo pela grande feira e, o espetáculo já contava com uma enorme platéia que o aguardava.
Mesmo com o chão liso de limbo, que exigiu mudanças imprevistas nas marcações, conseguimos, com o conto de Tia Miséria, uma calorosa experiência procedida por palmas.
Às 17:00, mais uma vez no Largo da Ordem, a chuva era uma previsão que nos deixava atentos, porém, sem aversão ao fenômeno natural que poderia  impossibilitar a nossa apresentação ao ar livre. Os Deuses, Anjos e Santos ouviram nossas preces e com a interseção das pessoas que esperavam diante da grande árvore, a chuva não veio, senão como garoa no momento da Entrada da Morte e, o espetáculo aconteceu.
O Núcleo voltou diferente, o passo foi dado; Porém trata-se de um longo caminho a seguir tateando, passo por passo, sem deixar de lado nada do que por ele encontramos. O Ás de Paus simboliza movimento contínuo através da impulsividade. Em si, tudo é força que de dentro para fora, o empurra, o joga, não pode parar porque não se permite, assim como não se permite movimentar-se apenas em círculo, precisa estar sempre avançando, sempre se refazendo, como artista que é, como obras de arte milenares, como os contos populares.

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